segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

TREINAMENTO E DESTREINAMENTO/PERÍODO DE FÉRIAS


Período de final de ano, encerramento de período escola, temporada de competição e férias para a maioria das pessoas, morando num país de hemisfério sul com clima tropical predominante, temos o verão nos esperando com temperaturas médias acima dos 30°C, período de festas de confraternização e a alimentação condicionada às delícias natalinas e comemorações de trabalho, colegas e familiares, com este período encerra-se também os treinos mais severos para atender demandas de calendário de competições, ou seja:
  • Redução de gasto calórico dos treinos para alguns
  • Aumento de ingesta de calorias variadas não comuns à dieta
Pode ser um caminho sem retorno para muitos atletas amadores e encerramento de carreira em função disto, porém primeiramente vamos tentar entender o que se passa em nosso organismo com a redução ou parada total de treinamento em períodos semanais e o que se mantém por mais tempo:
Segundo MUJIKA 2001, existem efeitos diferentes entre quem está altamente treinado, quem é recentemente treinado e quem é medianamente treinado (seria o caso da maioria de nossos atletas), vejam o que diz:
Destreinamento pode ser definida como a perda parcial ou completa da formação induzida por adaptações, em resposta a um estímulo de treinamento insuficiente. Destreinamento é caracterizada, entre outras mudanças, por alterações acentuadas no sistema cardiorrespiratório e os padrões metabólicos durante o exercício. Em atletas altamente treinados, treinamento insuficiente induz um rápido declínio no O 2max, mas permanece acima dos valores de controle. Frequência cardíaca no exercício aumenta de forma insuficiente para contrabalançar uma rápida perda de volume sanguíneo, volume e débito cardíaco máximo são reduzidos. Dimensões cardíacas também são reduzidas, bem como a eficiência ventilatória. Consequentemente, a desempenho de endurance também é bastante prejudicada. Estas mudanças são mais moderados em indivíduos treinados recentemente no curto prazo, mas se recentemente adquiriu O 2max  os ganhos são completamente perdidos após períodos de treinamento e paralisação por mais de 4 semanas. Do ponto de vista metabólico, mesmo a inatividade de curto prazo implica uma dependência crescente de metabolismo de carboidratos durante o exercício, como mostrado por uma maior relação de troca de exercícios respiratórios. Isto pode resultar de uma sensibilidade à insulina e GLUT-4 proteína transportadora, juntamente com um músculo na atividade da lipoproteína lipase baixou. Essas alterações metabólicas podem ocorrer dentro de 10 dias de cessação de treinamento. Concentração de glicogênio muscular em repouso retorna à linha de base dentro de algumas semanas sem treinar, e o limite de lactato em atletas treinados é reduzido também, mas ainda permanece acima dos valores dos não treinados.
Traduzindo o texto do inglês alguns termos ficam um pouco difíceis de entender para leigos, porém fica claro que alguns ganhos permanecem apesar de total inércia ao movimento, portanto o destreinamento que melhor seria indicado para a conservação melhor de alguns fatores seria a alternância das articulações usadas no esporte (no caso dos nadadores seria articulação do ombro), ou seja, quem nada deveria correr para evitar uma maior queda, ou outro tipo de esporte/exercício físico que ofereça ou mantenha ao mínimo os ganhos obtidos com o treinamento ou alto treinamento.
Nunca é bom para quem treinou (principalmente em alta qualidade) reduzir ao nível zero seu repertório de exercício (LÓPEZ CAZÓN 2008), pois como seu organismo possui muita sensibilidade à insulina o ganho de peso rápido é quase inevitável, como também entrar em grupo de risco cardíaco por este ganho rápido. A preocupação dos técnicos com seus alunos/atletas (neste sentido) deveriam ser maiores em oferecer/informar mais opções de escolha para manutenção mínima de estado saudável, alternância de exercícios diferenciados do quotidiano em natação, também é uma forma do aluno/atleta conhecer e ampliar seu engrama motor (AZEVEDO et al 2010 - http://www.efdeportes.com/efd140/imagetica-motora-na-performance-esportiva-de-futsal.htm), fornecer economia de movimento, promoção de rendimento, quebra de rotina e motivação.

REFERÊNCIAS:
- MUJIKA I.; PADILLA, S. Muscular characteristics of detraining in humans. Med Sci Sports Exerc. 2001 Aug; 33(8):1297-303.
- LÓPEZ CAZÓN, Rodolfo. Efeitos do processo de destreinamento sobre a saúde de ex-atletas de alto rendimento. 2008. 101 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
- AZEVEDO, PAULO ALEXANDRE et al, A influência da imagética motora na performance esportiva de atletas de futsal. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 - Enero de 2010.